Síndrome de Guillain-Barré

Fiz este Blog com a intenção de contar a experiência de superação que meu marido Flávio está tendo após ter sido acometido por uma doença rara, de origem auto-imune chamada Síndrome de Guillain-Barré, tendo como finalidade compartilhar com pessoas e familiares que já passaram ou estão passando por esta terrível situação e assim como eu ficaram desesperadas, recorrendo a relatos, depoimentos ou qualquer informação que pudessem encontrar na internet, para saber do que realmente se trata, quais os riscos e prognóstico da doença. Espero que de alguma forma isto possa ajudar inúmeras pessoas a enfrentar este grande desafio da melhor maneira possível e trocar experiências que possam nos ser úteis. Bem como tornar mais conhecida esta doença que pode acometer qualquer pessoa, em qualquer idade para que se tomem as medidas cabíveis o mais rápido possível aumentando as chances do paciente se salvar. Também descrever todo o processo de recuperação de alguém que está passando por isto. Gislaine Cardoso.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

12 de Abril de 2011:começa o desespero...

  Na Terça-feira de manhã, meu marido acordou com uma sensação ainda pior, mal conseguia levantar da cama. Eu tinha ido trabalhar. Ele ligou para a irmã dele quase chorando, assustado. Não quis deixar eu preocupada, por isso não me ligou. Meu cunhado levou-o ao Hospital. Na hora de preencher a ficha, meu marido não conseguiu nem assinar. Meu cunhado foi quem assinou a ficha. Foi atendido no Pronto-Socorro e a médica que o atendeu disse que era muscular, receitou Mioflex (relaxante muscular) e mandou-o embora. Quando ele passou na farmácia para comprar o remédio, não conseguiu nem pegar a carteira no bolso de trás da calça para pagar. Pediu para a atendente pegar para ele. Foi para casa. Na hora de abrir a porta, não conseguia girar a chave, com muita dificuldade acabou conseguindo. Quando foi ao banheiro fazer xixi, não conseguiu abrir o zíper da calça, nem abrir a torneira da pia. Foi ai que me ligou dizendo que não estava bem e eu percebi que sua voz estava estranha, parecia que estava com a língua enrolada. Entrei em desespero, achei que ele estava tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou derrame, popularmente conhecido. Eu ia começar a atender um cliente no clube onde trabalho, ele percebeu meu desespero falando ao celular com meu marido e se prontificou em ir comigo socorrê-lo. Fomos... ele passando em farol vermelho, seguindo pela faixa de ônibus para chegarmos mais rápido. Quando chegamos meu marido estava com muita dificuldade para falar, os braços e as mãos estavam paralisados e já apresentava dificuldade para andar. Eu me apavorei e ele também, encheu os olhos de lágrimas. O levamos para o mesmo Hospital que tinha ido de manhã, pois era o mais próximo. Eu pensei: " se for um AVC, não podemos perder tempo", depois a gente tenta transferir de Hospital. Nem lembrei que AVC paralisa só um lado da pessoa e ele estava com os dois braços paralisados.