REVISTA CARAS | 7 DE JUNHO DE 2012 (EDIÇÃO 970 - ANO 18)
PESSOAS COM SINTOMAS DE GUILLAIN- BARRÉ TÊM DE IR LOGO PARA O HOSPITAL
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REVISTA CARAS | 7 DE JUNHO DE 2012 (EDIÇÃO 970 - ANO 18)
PESSOAS COM SINTOMAS DE GUILLAIN- BARRÉ TÊM DE IR LOGO PARA O HOSPITAL
Formigamento, perda da sensibilidade e fraqueza são os sintomas desta doença autoimune, em que o próprio organismo produz anticorpos que atacam a bainha de mielina que envolve os nervos periféricos. Os sintomas surgem nos pés, sobem para as pernas, os braços e podem atingir o pescoço e as faces. A síndrome pode ser discreta ou grave a ponto de matar o portador sufocado
ataA síndrome de Guillain-Barré, também chamada polirradiculoneurite aguda e polineuropatia inflamatória desmielinizante aguda, é uma doença autoimune na qual anticorpos produzidos pelo próprio organismo atacam e destroem a bainha de mielina dos nervos periféricos, ou seja, a membrana que os recobre, protegendo-os e fazendo com que as informações circulem mais rapidamente por eles.
Como você sabe, há dois sistemas nervosos: o central e o periférico. O sistema nervoso central é formado pelo cérebro e pela medula espinhal. Já o sistema nervoso periférico é formado pelos nervos que saem da coluna para inervar todo o organismo.
A síndrome atinge homens e mulheres de todas as raças. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum dos 20 aos 40 anos. Não há estatísticas sobre ela no Brasil, porém se estima que ocorram todo ano nos Estados Unidos e na Europa entre um e quatro casos em cada grupo de 100.000 habitantes. É mais frequente no inverno.
Ainda não se sabe o que a causa. A hipótese mais aceita é esta: a pessoa contrai um vírus ou uma bactéria e desenvolve doenças como gripe, citomegalovirose, hepatite, mononucleose infecciosa e diarreia. Seu sistema de defesas precisa criar anticorpos para atacar os microrganismos e neutralizálos. Mas às vezes o vírus ou a bactéria contêm uma proteína igual à existente na bainha de mielina. Quando o organismo produz anticorpos contra o vírus ou a bactéria, eles atacam também as células da bainha de mielina, inflamando-a e destruindo-a.
Os sintomas são: formigamento, perda da sensibilidade e fraqueza de intensidade variável. Nos casos mais simples, a síndrome pode causar só um formigamento discreto no corpo, a ponto de o portador nem perceber que a teve; já nas situações mais graves, às vezes destrói tanto a bainha de mielina que os nervos periféricos do portador praticamente param de funcionar, inclusive os que controlam sua capacidade de engolir e de respirar, e ele vai parar na UTI para não morrer sufocado. Os nervos mais longos, vale destacar, são afetados primeiro, pois dependem de rapidez para levar as sensações até o cérebro para serem identificadas. Por isso, o formigamento e a perda da sensibilidade e da força começam nos dois pés, sobem pelas pernas e chegam aos braços, ao pescoço e às faces.
Pessoas com sintomas como formigamento, perda de sensibilidade e de força persistentes e ascendentes precisam ser levadas para o pronto-socorro. Elas devem ficar internadas em UTI para evitar riscos. História clínica, exames que mostram os reflexos diminuídos ou abolidos e a perda de sensibilidade são usados no diagnóstico da doença. Ela é comprovada com exame de líquor da coluna, que mostra um número de células normal e aumento na quantidade de proteínas.
A síndrome conta com dois tratamentos, cujo objetivo é diminuir sua intensidade e sua duração: um é feito com a aplicação de imunoglobulina humana, para neutralizar a ação dos anticorpos produzidos pelo organismo da pessoa que agridem sua bainha de mielina; e o outro é a plasmaférese, que consiste na “filtragem” de seu sangue para se retirar as proteínas, incluindo os anticorpos que agridem a bainha. A maior parte dos doentes se recupera, mas 10% a 15% morrem ou ficam com sequelas graves, como paralisia dos membros inferiores.
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